Por: Eline Carrano

Que os sacramentos da Igreja foram instituídos por Jesus, muita gente sabe disso. Mas onde eles são expressados na bíblia e em quais momentos históricos eles são revelados, poucos sabem responder essas questões. É visto nos evangelhos os relatos claros que se referem aos sacramentos do batismo e da eucaristia e ainda o sacramento da penitência, este que é observado quando Jesus aparece aos apóstolos na tarde do dia da ressurreição e lhes sopra o Espírito Santo. “Recebei o Espírito Santo! A quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aos quais retiverdes, ser-lhes-ão retidos”, (Jo 20;22)

Assim, poderíamos entender que essa instituição dos sacramentos é uma ordem, um ato jurídico professado por Cristo. Contudo, os outros sacramentos não possuem dados suficientes no Novo Testamento, ainda que os sete sejam mencionados no Atos dos Apóstolos ou em cartas escritas por eles. Segundo Pe. Gregório Lutz, doutor em liturgia e autor de vários livros sobre o tema da Arquidiocese de Olinda e Recife, existe uma razão muito clara para que sejamos obedientes a essa ordem:

“A origem dos sacramentos em Jesus Cristo pode ser vista de outra maneira, como de fato vários Padres da Igreja a têm visto e como o Concílio Vaticano II, que também a esse respeito voltou às fontes, reafirmou. Conforme eles, os sacramentos não têm sua origem num ato jurídico de Jesus, mas no seu próprio ser. Como Ele é sacramento do Pai e a Igreja é sacramento de Jesus Cristo, assim a Igreja, o sacramento universal, se desdobra nos sete sacramentos. Eles têm, portanto, sua origem em Jesus, como a Igreja mesma. O Vaticano II diz em sua Constituição sobre a Sagrada Liturgia, a ‘Sacorsanctum Concilium’, citando Santo Agostinho: “Do lado aberto de Cristo dormindo na cruz nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja” (SC 5). A origem da Igreja e, com ela, dos sacramentos, é, portanto, não um mandato jurídico, e sim um ato vivencial Dele, pelo qual o Senhor da Glória se torna e fica presente na Igreja, seu corpo místico, até o fim dos tempos.”

Pe. Gregório ainda afirma em seu artigo que São João Evangelista, escreve que Jesus morrendo entregou seu espírito, para enfatizar não somente a morte do Salvador, mas também que Jesus, em sua morte, fez nascer a Igreja com os sacrametos- particularmente do batismo e da eucaristia- simbolizados pelo sangue e pela água que jorraram de seu lado aberto. Ou seja, somos agraciados com os sacramentos e todos eles devem ser seguidos e valorizados, para que possamos cumprir os desejos de Jesus e assim termos a oportunidade de estar cada dia mais próximos da santidade.

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