Por Paola Lobo- Blog Crescer

Sempre pensei em ter o segundo filho, mas demorei bastante a criar coragem. Quando o primogênito passa da trabalhosa fase do mamá-xixi-cocô-madrugadas-em-claro, bate aquela preguiça… Aí você se pergunta: logo agora que comecei a dormir direito, que posso tomar um banho mais demorado, que assisto a um filme sem interrupção, que tenho vida social, SERÁ QUE DEVO RECOMEÇAR?

Eu também pensava muito no custo de vida. Se o orçamento está justo com um só filho, imagina com dois. Será que poderei dar a mesma qualidade de vida? Pagar por uma boa educação? Oferecer opções de lazer?

Mas aí você pensa no outro lado, onde estão as coisas que o dinheiro não pode comprar: a companhia de um irmão, que seria ainda mais valiosa quando nós, pais, não estivéssemos mais por aqui. Sem contar com a alegria de sermos visitados por mais de um filho, como naqueles comerciais de margarina com todos em volta da mesa!

Ó dúvida cruel… E ainda tem o fato de a natureza ser implacável com o sexo feminino. A decisão tem que vir antes que o nosso relógio biológico comece a nos sabotar. É nessa que a pressão aumenta ainda mais, assim como a indecisão.

Comigo, foram várias idas e vindas até criar a coragem e batermos o martelo. Minha mais velha tinha por volta de cinco anos de idade. Mas veio o problema: eu não conseguia engravidar. Tentei sem grande empenho por três anos e nada. Fiz vários exames e descobri um problema no útero (endometrite). Após o tratamento, tomei um indutor de ovulação e não engravidei. Joguei a caixa fora, desisti e disse para a primogênita que ela seria filha única.

Passaram-se meses e tcharam!!! Descobri que estava grávida! Só não imaginava que, junto com o segundo filho, viriam o terceiro e o quarto! É claro que entrei em pânico! Chorei um mês seguido.

Quando a vida nos prega uma peça é que a gente percebe que o controle não está nas nossas mãos… Mas nada é por acaso. Hoje não me imagino sem esses quatro amores que iluminam minha vida.

Se você está em dúvida, pense com calma, mas tente evitar a ansiedade. Mais cedo ou mais tarde, a resposta irá bater à sua porta. E quando tomar a decisão, assuma o compromisso de não se cobrar depois pelo que fez ou deixou de fazer. O “e se” não existe. A melhor decisão será a que você tomar e ponto final.

No meu caso, o planejamento fugiu do controle. Mas não poderia ter recebido presente maior. Não tenho garantia de que meus filhos serão irmãos unidos, de que minha vida será um comercial de margarina ou de que poderei dar tudo o que sempre sonhei para todos… Mas agradeço a Deus todos os dias pela oportunidade de tentar.

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