[Série 4 Hábitos] 3º passo: Desprendimento e crescimento espiritual

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3º passo: Desprendimento e crescimento espiritual

Texto baseado no livro “4 Hábitos da Alegria Interior” de Pe. Rodrigo Hurtado

Em alguns momentos da nossa vida nos deparamos com a necessidade de fazermos escolhas. Escolhas que geram consequências positivas ou negativas. Os cristãos vivem esse mesmo desafio, sobretudo em vista do seu crescimento espiritual. Também precisam – à luz da fé – realizar escolhas que os conduzam à felicidade, e bem discernir o que os poderá ser causa de infelicidade.

O caminho ensinado por Cristo é o do desprendimento. Este exige que tenhamos um mínimo de maturidade humana e espiritual para, de fato, sermos pessoas felizes. Descubra agora como ser feliz fazendo essa caminhada.

Quem são as pessoas mais felizes?

Se pararmos para refletir um pouco acerca desta pergunta, possivelmente nos deparamos com imagens de pessoas bem sucedidas na vida profissional e/ou familiar. Pessoas que, aparentemente, expressam a realização no que fazem. Mas, devemos pensar também que estas pessoas passam por momentos dolorosos como a perda de um familiar, a perda do emprego que estava há muitos anos e etc., isso os tornam infelizes? Não necessariamente. É sempre bom lembrarmos que a felicidade não está naquilo que temos. Ela passa pelo desprendimento de nosso egoísmo em querer sempre ter as coisas sem saber partilhá-las.

Devemos estar atentos para que o mundo não nos sufoque oferecendo uma felicidade superficial e falsa, baseada no acúmulo de bens e no desejo de impressionarmos os outros. O remédio para combater toda essa oferta do mundo é o desprendimento e a generosidade de coração. É nela que está o Reino dos Céus: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt. 5,1), e Deus não se limita em generosidade, pois está sempre a nos dar a sua misericórdia. Sem dúvidas, as pessoas mais felizes são aquelas que possuem a capacidade de amar e servir ao próximo.

Seja grato a Deus por tudo que lhe tem feito

É certo que carregamos  uma gratidão para com aquelas pessoas que, em certo momento de nossa vida, exerceram um papel fundamental. Certamente, essa gratidão perdura em nossos corações até hoje, porque reconhecemos o quão importante foi aquele momento para nós. É assim que se inicia a generosidade. Quem se sente agradecido, se sente também abençoado. Com Deus não poderia ser diferente. Desde que fomos gerados, Ele tanto realizou em nosso favor, tantas graças nos concedeu, tantas conquistas nos fez alcançar, e porque Lhe seríamos ingratos? E ainda que lhe ofereçamos nossa ingratidão, Ele continua a nos amar e nos abençoar.

Ser agradecido ao Senhor nos permite olhar para as outras pessoas e a elas desejar felicidade, conquistas e graças, com nossa oração. Ser agradecido nos faz perceber que ter tudo que desejamos não significa ser feliz, e sim, compreender que não precisamos das tantas coisas que o mundo nos oferece. Afinal, muitas delas, não são uma  necessidade real, pois apenas nos deixamos seduzir pelo marketing do consumo. Podemos até possuir algumas das comodidades oferecidas no mundo, porém, com atenção, para não desfrutá-las de forma errada.

Uma dica: não acumule coisas. Seja generoso como Deus é generoso! Compartilhe! Faça mais doações! Doe o seu tempo para realizar algo em vista do outro. Doe o seu dinheiro em favor da caridade. Um bom católico vai além de seus atos, tem uma “espiritualidade generosa”. Quem é generoso está sempre pensando que pode fazer mais pelo outro. É desprendido de si, de seus bens e sabe administrá-los.

Crescimento espiritual: Ser desprendido

Esse desprendimento nem sempre é uma tarefa fácil. Renunciar aquilo que se adquiriu com tão grande afeto, e a que se dedica tanto valor, exige que estejamos tomados pela graça de Deus. Esse é o caminho oferecido por Jesus ao jovem rico que lhe perguntou o que devia fazer para possuir a vida eterna: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” (cf. Mt 18,21). Desprender-se dos bens que possuía não significava desfazer-se apenas das coisas terrenas, conquistadas com o fruto do trabalho, mas despojar-se do egoísmo interior, da falta de partilha, do olhar voltado a si próprio e ao seu bem estar.

Se somos generosos somos capazes de fazer renúncias que nos tiram do nosso bem estar e nos lança a partilhar o que temos com os necessitados. Entendemos que não podemos servir a Deus e ao dinheiro (cf. Lc 16,13), e nos confiamos inteiramente a Jesus, Aquele que nos cumula de bens espirituais, enriquecidos de verdadeiros valores de vida, e de vida eterna.

O desprendimento leva ainda a aprendermos a nos relacionar com o dinheiro. Ele é necessário, não podemos viver sem, no entanto, somos nós que devemos dominá-lo e não ele dominar nossa vida. Faça a experiência do desprendimento! Liste o que você percebe que tem de mais e/ou que nem precisa e doe aos necessitados. Com esta experiência verás como é bom ajudar o próximo e quão grande alegria a partilha gera em nossos corações. Assim, sua espiritualidade também se desenvolve e amplia a sua visão de mundo acerca de realidades que, talvez, passassem despercebidas ao seu olhar.

Cultive a generosidade

Cultivar a generosidade deve ser uma ação diária. Para fazê-la, comece com a dedicação do seu tempo e do seu dinheiro. É importante ter a consciência clara de que, tudo que temos nos foi dado por Deus e, na hora da morte, nada do que adquirimos ao longo da vida nos será útil, exceto, o bem que fizemos, o amor que doamos, a alegria que semeamos no coração das pessoas com nossa partilha. Para realizar a partilha, só precisamos de generosidade de coração, afinal, cada um deve dar conforme o impulso do seu coração e, Deus ama quem dá com alegria (cf. 2Cor 9,7).

Seja feliz! Seja desprendido! Seja generoso! Cultive a generosidade em seu coração e perceba o seu próprio crescimento espiritual e ainda enxergue a diferença que você fará na vida das pessoas.

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