Com gratidão, as consagradas do recém-constituído Território da América do Sul celebraram a conclusão de sua primeira Assembleia Territorial Ordinária, realizada em Santiago do Chile, de 28 de abril a 5 de maio. Sob o lema “Enviadas como apóstolas da esperança”, esse encontro foi um marco no caminho de configuração territorial, deixando uma profunda marca de comunhão, discernimento e esperança.
Durante esses dias, 18 consagradas — seis por ofício e doze por eleição — provenientes de nove comunidades distribuídas em cinco países, viveram um espaço de encontro fraterno e espiritual. Em um clima de confiança, serenidade e liberdade, experimentaram-se os quatro verbos que definem o “modo assembleia”: rezar, escutar, conversar e apreciar.
“Minha experiência foi muito gratificante, porque acredito que não falamos a partir de uma perspectiva de ideias ou acadêmica, mas do coração e da vida”, compartilhou Mirla Nascimento, que atualmente exerce sua missão na Colômbia, refletindo o tom profundo e autêntico que marcou cada jornada.
Um território em caminho
A Assembleia foi um espaço de reflexão e construção conjunta. Abordaram-se cinco temas para o futuro da Sociedade de Vida Apostólica: a visão para o período 2026–2032, o plano territorial de sustentabilidade, o discernimento sobre a pobreza, a formação permanente e a revisão de aspectos do direito próprio. Esses temas foram tratados com abertura e profundidade, em um ambiente impregnado pela presença do Espírito Santo.
“Foi muito bonito ver o desejo em todas de ser consagradas. Ver-nos como uma semente na Igreja, neste contexto de Páscoa”, expressou Ana Moriel, que exerce seu apostolado na Venezuela, sublinhando o espírito de renovação que animou o discernimento coletivo.
As participantes concordaram que essa etapa foi uma oportunidade para potencializar a riqueza de cada comunidade, abrir o coração a novas realidades e viver com gratidão, pois tudo é dom. Viveu-se uma comunhão de corações, onde a diversidade se transformou em fonte de enriquecimento mútuo.
“Celebrar esta Assembleia no início do nosso caminho como território foi providencial e extremamente enriquecedor”, afirmaram. A experiência permitiu abrir horizontes, fortalecer o sentido de pertença e confirmar que a unidade é possível em meio à diversidade. “A força da nossa identidade como território transcende as fronteiras físicas, econômicas e linguísticas”, concluíram.
Uma comunhão que dá esperança
Um dos frutos mais evidentes foi a vivência da comunhão. “Ver a consonância que havia, como há uma união de desejos, é uma prova de que é uma obra de Deus que nos conduz pela mão”, afirmou Sofia Lobeira, encarregada territorial do ECYD no Chile-Argentina, destacando a harmonia espiritual vivida entre as participantes.
A Assembleia foi também um espaço de encontros e reencontros, onde se confirmou a certeza do dom da vocação e o desejo de vivê-la com maturidade, responsabilidade e alegria. “Estou muito feliz por ter concluído esta Assembleia. Tenho muita paz porque o caminho está traçado por Deus, com muita esperança, com o presente de ter conhecido melhor minhas irmãs”, compartilhou Eva Leal (Brasil).
Muitas expressaram sentir-se interpeladas pela vida vivida, admiradas com o passar de Deus, e renovadas no desejo de viver com grande amor e muita pequenez. A decisão de unir os territórios foi vivida com paz e consolação, como uma confirmação do Espírito.
Olhando para frente
Esse caminho de discernimento continua. O próximo passo será a Assembleia Geral Ordinária, que será celebrada em Roma em 2026, e reunirá consagradas de todo o mundo. Será uma nova oportunidade para continuar escutando o Espírito Santo, aprofundar a vivência do carisma e avançar juntas na missão compartilhada.
Confiantes na guia de Deus, as consagradas se preparam para fazer realidade o sonho de Deus, com o coração focado no essencial, os dons a serviço, e uma esperança renovada. Porque quando a vida é entregue por Ele, tudo vale a pena.