Pense no momento mais marcante de sua vida. Aquele dia e aquele momento em que tudo fez sentido e você sabia que estava ao lado das pessoas certas. Eu tenho quase certeza de que nesse momento havia um amigo lá, sorrindo ao seu lado e comemorando essa vitória. Se o cenário se inverter e você pensar naquele momento em que estava frágil, triste e o sucesso não era nem de longe palpável e essa pessoa também esteve ao seu lado partilhando disso, sendo uma das suas fontes de força e motivação, acredite em mim, você tem um dos maiores presentes da vida.

A amizade é sempre muito questionada, já que nem sempre é tão recíproca quanto desejamos. Quantos casos são vistos diariamente sobre pessoas que partilharam uma vida inteira lado a lado, mas hoje não se conhecem mais e nem sequer se lembram de tudo isso? E até mesmo aqueles casos de amigos que não eram tão amigos assim ou que com o passar do tempo se perderam nas linhas da vida. Independente do caso, amizades verdadeiras carregam em si características muito claras. A vida é mesmo esse acúmulo de variantes e raramente sabemos exatamente em qual caso estamos, se confiamos nas pessoas certas, se alguém é passageiro ou será permanente em nossa vida.

Mas ainda que seja um assunto complexo e um ato de fé confiar piamente no próximo e lhe oferecer uma parte da nossa história para que ele (a) habite, existe alguém que nos mostrou os maiores exemplos de amizade  verdadeira que encontrou em sua vida. Sim, o nosso grande e melhor amigo, Jesus, também teve esse laço tão forte e raro em sua passagem pela Terra. Para analisar isso, é só pensar um pouco no momento em que ele defende a mulher adúltera (João 8: 3-11) e nos mostra que amizades não se importam com o que os outros irão comentar ou condenar, não são mais ou menos sinceras por questões de tempo, elas simplesmente acontecem de maneira voluntária e sem muito conhecimento. A amizade é um amor que nasce espontaneamente e “veste a camisa” do outro, de maneira simples e sem esperar nada em troca.

Outro exemplo de compaixão e amor, é quando Cristo chora pela perda do amigo Lázaro e o ressuscita. Nesse momento é visível a delicadeza da amizade entre os dois e até mesmo os que estavam ao redor ressaltaram: “Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava.” (João 11:36) Nada mais claro de como a o filho de Deus encarnado também experimentou o sentimento de perda e luto, quando viu um de seus amigos amados tinha morrido e pediu diretamente ao Seu Pai para que a vida de Lázaro fosse devolvida depois de quatro dias morto.

Com João Batista, em Seu batismo, o exemplo também é claro. A humildade de ambos ao serem obedientes aos mandamentos e leis da época, é tocante. Eles reconhecem a importância um do outro e expressam claramente a admiração recíproca. (Mateus, 3) Essa é outra qualidade característica de uma amizade verdadeira, quando o outro reconhece as qualidades do amigo e o respeita de maneira profunda e honesta, sem bajulação ou utopia sobre o outro. Quando também este lhe acrescenta na fé, na retidão e busca por uma vida coerente com os princípios de suas crenças, não somente o acompanhando, mas o incentivando na luta diária de permanecer fiel aos mandamentos de Deus.

Para ilustrar os momentos de festa onde dividimos a vida com pessoas importantes, é impossível não citar as Bodas de Caná da Galileia. Jesus está entre amigos e transforma a água em vinho, também incentivado por Maria. Quantas vezes nós já não dividimos uma boa história com as pessoas que amamos? Pois bem, Ele também dividiu e nos mostra a importância de estar cercado de pessoas que merecem dividir conosco os momentos mais marcantes e que partilham da companhia de nossas famílias, são inclusos em nossos lares como novos membros e fazem parte desse círculo de amor e companheirismo.

Por fim, chegamos ao momento da crucificação e vemos os discípulos e aqueles que foram defendidos por Jesus e lhe juraram fidelidade, todos em prantos ao verem seu fiel amigo sendo morto por crimes que ele não cometeu e perdoando nossos pecados. Vemos em seus últimos momentos Ele dedicar sua mãe à João- o discípulo amado- e fazendo dela nossa mãe também. Cristo nos mostra o ápice da verdadeira amizade, quando oferecemos tudo o que temos, o que somos e perdoamos as falhas uns dos outros por amor. O perdão é a base da amizade e de qualquer relação que estabelecemos.

Porque não somente de festas vivem os amigos, o momento em que o outro nos mostra sua pior face e revela as suas maiores imperfeições, mas ainda assim é fundamental em nossa vida, isso sim é o reflexo do poder da amizade e mostra como o amor é vinculado à humildade de reconhecer que na imperfeição de quem amamos está presente a oportunidade de crescermos também. As expectativas quando são quebradas e os momentos em que já não existem máscaras, nos revelam quem realmente nos ama e merece a nossa reciprocidade. Cristo viu isso de imediato em seus amigos ao escolhê-los como discípulos, porque como filho de Deus conseguia ver além do que mostramos superficialmente. Nós, ainda que limitados, temos essa mesma chance de reconhecer no próximo essas características raras e tão importantes. Contudo, acima de qualquer coisa, é importante lembrar que a maior amizade que já estabelecemos foi essa que suportou uma cruz para nos ver salvos e que quanto mais O conhecemos, mais lições fundamentais para a vida agregamos.

Fonte: Família

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