Por: Aline Brodbeck- Blog Femina- Regnum Christi Pelotas

“Eu sou uma mulher acima de tudo.” (Jackie Kennedy) Com essa expressão, a viúva do presidente John Kennedy e, mais tarde, esposa do milionário grego Aristóteles Onassis, queria dizer que antes de ser primeira-dama, mãe, esposa, era uma mulher.  Era essa sua essência, digamos assim. E porque era mulher, poderia ser primeira-dama, mãe e esposa. Mais, porque era mulher, poderia ser uma dama. Mulheres nascem, damas são feitas.

E o que é ser uma dama? Uma dama é uma mulher que se preocupa com os demais, sem descuidar de si mesma. É alguém que preza a higiene, a organização, o aparato externo, mas como expressão dos elementos internos, como manifestação do seu espírito, como extensão da caridade. É limpa de corpo porque é limpa de alma. Suas roupas são bem passadas, seus sapatos brilhantes, cada botão de sua vestimenta está no lugar, seu cabelo está impecável, seu porte é elegante, porque tudo isso indica uma altivez interior. Não se preocupa com exterior pelo exterior, nem faz da primazia do interior uma desculpa para o desleixo.

A dama, a lady, valoriza as boas maneiras como um modo de colocar os outros em primeiro lugar. “É essa maravilhosa idéia antiquada de que os outros vêm em primeiro lugar e você vem em segundo lugar. Esta foi a ética integral na qual eu fui criada.” (Audrey Hepburn) A etiqueta não é observada como um código de mera liturgia social sem significado. Ela guarda todas as regras de boas maneiras à mesa, na conversação, nas roupas, e procura seguir a etiqueta, não por seu valor em si mesmo, e sim porque com ela se desenvolve mais facilmente no cuidado com os outros e na estima da tradição. Tradição esta que não é mero apego ao passado, e sim tornar sempre vívidas as experiências positivas dos que viveram antes de nós. Com a etiqueta, a lady pode andar e se comportar com segurança, formando seu caráter, servindo ao próximo, e mantendo vivos os costumes dos ancestrais – seu patrimônio cultural, seus valores humanos e cristãos, sua sabedoria, e o opulento simbolismo de nossa civilização que expressam realidades transcendentes.
Bem diz o Prof. Carlos Ramalhete sobre o valor da tradição: “A conservação da sociedade passa pela conservação dos seus hábitos e saberes, pela percepção de que eles precisam ser retransmitidos e reensinados a cada nova geração. (…) Os valores expressos nos hábitos provados pelo tempo, contudo, trazem em si algo que permanece, algo que merece ser conservado e retransmitido de geração em geração.” (Conservadorismo ou lei da selva, in Gazeta do Povo, 05/04/2012) A dama sabe de sua profundíssima missão na conservação e transmissão desses hábitos, pela própria natureza feminina e seu papel como mãe, esposa e educadora.
Enfim, a dama é calma, é composta, é controlada por sua inteligência, ela é toda repouso e harmonia. Seus gestos são graciosos, sua figura transmite paz e serenidade, eu olhar é ao mesmo tempo inocente e astuto, seu comportamento tem ares aristocráticos até mesmo quando não pertence a uma elite social. A dama sabe o que fazer com suas mãos, sabe sorrir sem vulgaridade, sabe mexer-se, caminhar e dançar sem provocar reações desordenadas no outros, e encanta com sua própria presença feminina. A dama tem uma elegância na alma, que se revela nos olhos, e se expressa no modo como se porta e se veste.
Para adquirir tudo isso, precisa ser formada, precisa educar a vontade, precisa amar a disciplina e ter um profundo conhecimento de sua própria vocação.
Celebre, com sua roupa e seu comportamento, o estilo e a virtude.

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