“Jesus pode curar-nos e pode tornar a nossa vida alegre e frutífera”. Esta frase é parte da reflexão do Papa Francisco no Regina Coeli deste domingo, 22. O Santo Padre, da janela do Palácio Apostólico do Vaticano, meditou sobre a liturgia do dia e convidou os fiéis a redescobrirem a identidade de discípulos do Senhor ressuscitado.
“Quem é o Cristo que cura? Em que consiste ser curado por Ele? Do que é que nos cura? E através de que atitudes? Encontramos a resposta para todas estas perguntas no Evangelho de hoje, onde Jesus diz: ‘Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas’ (Jo 10, 11)”, observou o Santo Padre. De acordo com o Pontífice, esta auto-apresentação de Jesus diz a cada pessoa que sua vida é valiosa para Cristo.
O mesmo Evangelho diz aos cristãos, segundo Francisco, em que condições Jesus pode curar e pode tornar a vida alegre e frutífera: “Eu sou o bom pastor – diz Jesus – conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, como eu conheço o Pai e o Pai me conhece (versículos 14-15). Jesus não fala de um conhecimento intelectual, não, mas de um relacionamento pessoal, de predileção, de ternura mútua, um reflexo do mesmo relacionamento íntimo de amor entre Ele e o Pai”, ressaltou o Santo Padre que aconselhou os fiéis a deixarem-se conhecer por Ele.
Para o Papa, ao abrir-se ao Senhor, a humanidade poderá compreender um Cristo que está atento a cada um, e que conhece profundamente o coração de todos. “[Jesus] conhece nossas forças e nossos defeitos, os projetos que alcançamos e as esperanças decepcionadas. Mas ele nos aceita como somos, mesmo com nossos pecados, para nos curar, para nos perdoar, para nos guiar com amor, porque podemos cruzar caminhos até inacessíveis sem perder o caminho. Ele nos acompanha”, recordou. Mas Francisco alertou que um encontro com Deus, implica abandonar atitudes para estabelecer novos caminhos.
O Santo Padre alertou os fiéis, que quando o desejo de viver a relação com Jesus é esfriada, é inevitável que prevaleçam outras maneiras de pensar e de viver que não são coerentes com o Evangelho. “Maria, nossa mãe, ajude-nos a desenvolver um relacionamento cada vez mais forte com Jesus, a nos abrirmos a Jesus, para que ele possa entrar em nós. Um relacionamento mais forte: ele ressuscitou. Então podemos segui-lo pela vida. Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, Maria intercede porque muitos respondem com generosidade e perseverança ao Senhor, que chama a deixar tudo para o seu Reino”, concluiu.
Depois da oração Regina Coeli
Após a oração do Regina Coeli, o Papa manifestou sua preocupação diante das várias vítimas dos confrontos ocorridos na Nicarágua, consequências de um protesto social. “Exprimo a minha proximidade em oração àquele país, e junto-me aos bispos pedindo que toda a violência cesse, evite um derramamento de sangue inútil e as questões abertas sejam resolvidas pacificamente e com um sentido de responsabilidade”, rogou o Santo Padre.
O Pontífice prosseguiu fazendo alusão ao Dia de Oração pelas Vocações, celebrado em toda a Igreja neste quarto domingo de Páscoa, 22. O tema é, segundo Francisco, “Ouvindo, discernindo, vivendo o chamado do Senhor”. O Papa seguiu agradecendo ao Senhor por continuar a despertar na Igreja, histórias de amor por Jesus Cristo, e continuou agradecendo aos novos sacerdotes ordenados, na Basílica de São Pedro. “Pedimos ao Senhor que envie tantos bons obreiros para trabalhar em seu campo, e que multiplique as vocações à vida consagrada e ao matrimônio cristão”.
Ao final, Francisco saudou todos os romanos e peregrinos da Itália e de muitos países, especialmente os de Setúbal, de Lisboa, de Cracóvia, e os Piedosos Discípulos do Divino Mestre da Coreia. Os peregrinos de Castiglione d’Adda, Torralba, Modica, Cremona e Brescia, e o coro paroquial de Ugovizza; os meninos do Cresima de Gazzaniga, Pollenza e Cisano Sul Neva também foram recordados pelo Santo Padre. “Um bom domingo; e por favor não esqueça de orar por mim”, despediu-se.