Por: Simone Eickhoff Bigolin
A cada início de ano renovamos nossos propósitos e a esperança de ver nossos desejos alcançados. Um novo ano, para muitos, é o início de um novo projeto, de uma nova expectativa. Para outros é vida que segue. Mas acreditamos que sempre é um bom tempo para refletirmos sobre nossa condição de vida e tudo que a envolve. De um modo simples vamos meditar, neste texto, sobre as implicações da nossa espiritualidade no nosso modo de viver.
Entende-se que, ao nos definirmos ou nos decidirmos “ser” cristãos, houve anteriormente uma conversão. Em que “intensidade” esta conversão repercute nas nossas vidas é que destacamos nesta reflexão. O dicionário Aurélio define conversão como “mudança moral para melhor”, ou ainda, “mudança de forma ou qualidade, sem mudança de substância”. Baseando-nos nestes conceitos, converter-se é adotar um novo estilo de vida, neste caso, buscando crescer na relação com Deus, conforme os princípios deixados por Jesus Cristo. De algum modo, esta conversão também precisa ser lúcida, ou seja, ciente das implicações que ela exige.
A primeira atitude de conversão é olhar para Cristo e deixar-se transformar por Seu Amor. De algum modo deve haver também um esforço pessoal de seguir suas “diretrizes” que estão na Sagrada Escritura. A nossa espiritualidade, ou seja, o nosso modo de viver a fé, deve estar orientada para Cristo pois Ele é “o modelo supremo, critério e inspiração para a sua vida cristã” (Manual do Membro do MRC, p.51). E assim, certamente irá refletir nas nossas atitudes, valores e estilo de vida, independente de onde e do que estivermos fazendo.
Ser cristão é usar o sobrenome Jesus Cristo. Fazer parte de sua família nos compromete a pensar, desejar e viver o mais próximo possível do que Ele pregava, ensinava e vivia. Quando Jesus nos deixa seus ensinamentos em seu “discurso” na Montanha, nos orienta para um estilo de vida que resulte num mundo justo, de convivências respeitosas e amorosas. Nós cristãos, precisamos estar conscientes do pedido de Jesus nesta ocasião: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). Ninguém será luz no mundo adotando práticas de vida egoístas, centradas nos seus desejos individualistas; ninguém será luz no mundo se não sorrir e estender a mão ao irmão, inclusive aquele que não é de sua convivência ou amizade; ninguém será luz no mundo se não esforçar-se por relações harmoniosas no trabalho, na família, na sociedade; ninguém será luz no mundo se for um cristão somente de missa, sem viver os valores do Evangelho em todas as situações de sua vida. Se fizermos o nosso esforço “…resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5,16)
Por fim, é preciso identificar quais são os alicerces da nossa vida para adotar um relacionamento sólido com Deus. São “o prazer, o dinheiro, o poder” ou “o amor, a paciência, a misericórdia, a amizade”? (PACIOLLI, 2015, p.77). Estes pilares vão nos sustentando para “estar no mundo sem ser do mundo”.
Se amamos a Cristo, servi-Lo é uma doce consequência. Não nos permitimos mais fazer escolhas que contrariam o crescimento de Deus entre os homens. Fazer crescer e frutificar o Reino de Deus passa a ser nosso mais importante propósito de vida no novo ano.
Pedimos a Nossa Senhora que nos inspire a adotarmos práticas fiéis de oração a fim de que nos transformemos diariamente para a busca da santidade de vida.
Bibliografia:
Manual do Membro do Movimento Regnum Christi, 2008.
PACIOLLI, A. O Caminho da Luz. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.