Solenidade de Cristo Rei

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  • Aos membros do Regnum Christi
“Muito estimados em Cristo:
Hoje, solenidade de Cristo Rei, festa titular do Regnum Christi, o Santo Padre fechará o Jubileu da Misericórdia. Foi um ano extraordinário em que toda a Igreja se beneficiou das graças e indulgências que Cristo nos presenteou com sua obediência até a morte na Cruz.
Também no Regnum Christi nos beneficiamos dos dons da misericórdia divina. Faz duas semanas alguns superiores legionários estiveram reunidos em Roma para um curso de formação permanente. Uns dias antes, fizemos uma visita do Comitê diretor geral do Movimento ao território da Espanha, depois à França e à Alemanha, no território da Europa ocidental e central. É muito consolador escutar como em todos os países, a misericórdia divina realizou este Ano Santo verdadeiros milagres: alguns visíveis e outros, os mais belos, que ocorrem na intimidade dos corações e nas consciências e que manifestam que o reino de Cristo está dentro de nós e que vai cobrando força.
Na missa da solenidade de Cristo Rei, a Igreja nos convida a contemplar a passagem de Jesus Cristo crucificado dialogando com o assim chamado «bom ladrão» (Lc 23, 35-43). Este diálogo tem também um sentido amplo, tendo que ver com a capacidade de Jesus de salvar às pessoas em concreto e à humanidade em geral. A multidão lá presente lhe diz: «A outros salvou, que se salve a si mesmo». Os soldados o desafiam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo». E finalmente um dos malfeitores, contagiado, diz-lhe: « salva-te a ti mesmo e a nós». Pode Jesus Cristo nos salvar? Pode Jesus nos redimir? Qual é a salvação que nos quer dar?
Neste contexto, impressiona-nos a fé de Dimas –como a tradição o batizou– que, consciente de suas culpas e pecados que lhe mereceram o suplício, pede com simplicidade uma simples lembrança do Coração de Cristo: « lembra-te de mim quando entrares no teu reinado». A resposta chega; Jesus age; basta-lhe o mínimo gesto, o mínimo desejo de trocar de vida, de converter-nos com sinceridade, para abrir as portas de seu amor, de seu perdão e de sua misericórdia: «Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso».
Jesus Cristo tem em suas mãos o poder de salvar-se, de dar sua vida e de voltar a tomá-la, de voltar para seio do Pai com a mesma glória que tinha antes da criação do mundo. Como bom pastor que dá a vida por seus amigos, Cristo é a porta do céu e tem o poder de nos levar com Ele: «Hoje estarás comigo no paraíso». A salvação eterna é o ato supremo da misericórdia de Deus com qualquer um de nós. É um dom imerecido. Diz Dimas: «Para nós é justo, porque estamos recebendo o que merecemos». Mas Deus, que é misericórdia, dá-nos em troca o céu se o buscamos e o pedimos.
Quanto bem nos faz contemplar as parábolas da misericórdia (cf. Lc 15). Aí descobrimos o carinho de um Pai que acolhe a seu filho perdido, de um pastor que não tem medo de passar em meio das sarças para resgatar à ovelha desgarrada, a uma mulher que não se resigna em ter perdido uma moeda de pouco valor. E nos contagia a alegria que experimenta o Coração de Deus quando uma pessoa, independentemente de seu passado, abre-se à reconciliação, ao perdão, e a uma vida nova.
O bom ladrão soube aproximar-se com confiança ao trono da graça, que é a cruz, e recebeu de Jesus Cristo a promessa de viver para sempre com Ele no paraíso. Jesus oferece o reino a cada pecador que creia de verdade que Deus não se cansa de perdoar e que, ao contrário, goza nos vendo erguidos, em pé, com uma vida renovada.
 Neste ano jubilar tivemos a oportunidade de fazer a experiência da gratuidade e facilidade com que nos podemos beneficiar desta misericórdia inesgotável e também de descobrir como a vida divina se fortalece quando nos aproximamos com fé da sua Palavra e dos sacramentos, especialmente da reconciliação e da eucaristia.

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